quarta-feira, 14 de abril de 2010

Katyzinha







Não sou nada apologista de publicitar cenas tristes, mas o bom humor é sempre preciso.
E porque também dá pa rir, e conhecer a realidade dalgumas jovens dos dias de hoje... Cá está.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

domingo, 11 de abril de 2010

O Universo é uno...


Fez-se silêncio.
Tenzing pigarreou.
“A variedade de coisas e acontecimentos que vemos e sentimos à nossa volta são diferentes manifestações de mesma realidade”, murmurou o budista em tom contemplativo. “Tudo está relacionado por fios invisíveis. Todas as coisas e todos os acontecimentos não passam de diferentes rostos da mesma essência. O real é o uno do qual deriva o múltiplo. É isso Brahman, é isso Dharmakaya, é isso Tao. Os textos sagrados explicam o universo.” Fechou os olhos e inspirou o ar, numa postura meditativa. “Está escrito na Prajnaparamita, o poema de Buda sobre a essência de tudo.”
Começou a recitar, como se entoasse um mantra sagrado:
“Vazia e calma e livre de si
É a natureza das coisas.
Nenhum ser individual
Na realidade existe.

Não há fim nem princípio,
Nem meio.
Tudo é ilusão,
Como numa visão ou num sonho.

Todos os seres do mundo
Estão para além do mundo das palavras.
A sua natureza última, pura e verdadeira,
É como a infinidade do espaço.”

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Leitinho...


“O que é isto?”
“Sopa de peixe.”
“Sopa de peixe?”
“Prove. É boa.”
“Parece diferente das nossas. Isto é um prato sueco?”
“Por acaso, não. É norueguês.”
Tomás provou um pouco. A sopa era láctea e cremosa, com intenso travo a mar.
“Hmm, é bom”, concordou ele, saboreando o néctar marinho do caldo. Fez uma ligeira vénia com a cabeça em direcção à sua anfitriã. “Parabéns, é uma grande cozinheira.”
“Obrigada.”
“Que peixes colocou aqui?”
“Oh, vários. Mas não sei o nome deles em português.”
“E o prato principal também vai ser peixe?”
“É este o prato principal.”
“Como assim? Esta é a sopa…”
“A sopa de peixe norueguesa é muito rica. Vai ver que, quando a acabar de a comer, se vai sentir enfartado.”
Tomás trincou um pedaço de peixe, pareceu-lhe abrótea, temperada pelo líquido branco do caldo.
“Por que razão é branca a sopa?”, admirou-se ele. “Não é feita de àgua?”
“Leva água, mas também leva leite.”
“Leite?”
“Sim”, assentiu ela. Parou de comer e fitou-o com uma expressão insinuante. “Sabe qual é a minha maior fantasia de cozinheira?”
“Hã?”
“Quando um dia for casada e tiver um filho, vou fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas.”
Tomás quase se engasgou com a sopa.
“Como?”
“Quero fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas”, repetiu ela, como se dissesse a coisa mais natural do mundo. Colocou a mão no seio esquerdo e espremeu-o de modo tal que o mamilo espreitou pela borda do decote. “Gostava de provar?”
Tomás sentiu uma erecção gigantesca a formar-se-lhe nas calças. Incapaz de proferir uma palavra e com a garganta subitamente seca, fez que sim com a cabeça. Lena tirou todo o seio esquerdo para fora do decote de seda azul; era lácteo como a sopa, com um largo mamilo rosa-claro e a ponta arrebitada e dura como uma chupeta. A sueca ergueu-se e aproximou-se do professor; em pé ao lado dele, encostou-lhe o seio à boca.
Tomás não resistiu.
Abraçou-a pela cintura e começou a chupar-lhe o mamilo saliente; o seio era quente e macio, tão intenso que afundou nele a cara. Encheu as palmas das mãos com os dois seios e apertou-os como se fossem almofadas, numa pulsão de luxúria, queria-os sentir fofos e gostosos. Enquanto ele a mamava, Lena desapertou-lhe o cinto e o botão das calças, correu a braguilha para baixo e tirou-lhe as calças com um movimento rápido. Privando-o dos seus seios, depressa o recompensou de outro modo; ajoelhou-se aos pés da cadeira, inclinou-se sobre o seu regaço e encheu a boca. Tomás gemeu e perdeu o pouco controlo que lhe restava sobre si mesmo.

sábado, 3 de abril de 2010

Depois da Vida



Sexta-feira, lá para a meia-noite na TVI, um programa a ver. E para se tirar as próprias conclusões. :P

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Ai destino, ai destino...


Tomás colocou a cesta sobre uma rocha e ambos serviram-se da merenda, umas sanduíches em pão de forma e umas garrafas de sumo. Sentaram-se em cima dessa mesma rocha e ficaram a comer enquanto contemplavam a vista em redor. Era de cortar a respiração.
O céu revelava-se escuro e profundo, contrastando com a paisagem nua e exuberante na sua depravação de cores; misturavam-se os diversos tons de veludo azul e verde da água, as pedras vermelhas e douradas, as montanhas castanhas brancas. Parecia que, aqui, a luminosidade obedecia a regras diferentes; era como se a fonte da luz não estivesse no céu, mas na terra, como se o arco-íris fosse fenómeno do chão, não do ar.
“Tenho frio”, queixou-se Ariana.
Quase sem pensar, como se obedecesse a uma reacção instintiva de macho protector, Tomás aproximou-se dela, tirou o casaco e cobriu-a. Ao fazê-lo, encostou-lhe o corpo. Foi um movimento suave, inocente, destinado a aquecê-la com um pouco do seu calor, mas gerou algo de inesperado. Um toque mágico. Sentiu-lhe a pele macia, a respiração baixa a acelerar, o brando perfume a lavanda que lhe emanava dos cabelos. Intuiu-lhe sobretudo a vontade de não se afastar e essa constatação desencadeou um turbilhão de sentimentos.
Olharam-se.
Os olhos verdes cristalinos tocaram nos dourados dela, era a água diante do mel, o frio perante o quente, o temperado a ansiar pelo doce. Viu-lhe os lábios grossos entreabrirem-se, convidativos, e inclinou-se devagar, aproximando-se daquelas pétalas escarlates, o corpo tremendo de antecipação.
Tocaram-se.
Provou o veludo quente e palpitante dos lábios de Ariana, mergulhou dentro dela e experimentou-lhe a língua molhada e ardente, era como se saboreasse um doce, um chocolate, um creme de caramelo. Primeiro beijaram-se com brandura, com infinita ternura, depois o beijo tornou-se guloso, era como se quisessem mais e mais, o toque tímido transformou-se num lamber sôfrego, o carinho passou a desejo, o amor tornou-se volúpia.
Os seios comprimiram-se-lhe contra o peito e, sem mais se poder conter, enfiou-lhe a mão pelo colarinho do pullover até a palma se encher com aquela superfície macia e gelatinosa. Apertou-lhe a mama com desejo e lambeu-lhe a boca com mais saliva. Sentiu-lhe as mãos procurarem desajeitadamente o cinto e desabotoarem as calças até o libertarem da roupa que o aferrolhava. A fome tomou conta de ambos. Acossado pelo frio que se lhe enroscava às pernas, Tomás foi à procura do calor; levantou-lhe as saias e arrancou-lhe as cuecas, mas fê-lo com tão desastrada ansiedade que lhe rasgou o tecido.
Passou-lhe o dedo por entre as pernas e sentiu-lhe a abertura quente e húmida; era um caldo a ferver. Ariana gemeu com o toque e esticou a mão, tocando-lhe com a ponta dos dedos; acariciou-o para experimentar a sua rigidez e depois pegou nele, abriu as pernas e dirigiu-o para onde lhe sentia falta. Tomás apercebeu-se daquele corpo trémulo e ofegante a convidá-lo para dentro de si e não hesitou; projectou um movimento suave e a flor, pulsando de antecipação, desabrochou.
Entrou.
Teve a sensação instantânea de ter mergulhado num pote de mel infinitamente delicioso. Os sentidos inebriaram-se-lhe, as sensações emanadas pelo corpo de Ariana tornaram-se mais fortes, o cheiro perfumado a lavanda mais intenso, o amarelo dos olhos mais dourado, o toque na pele mais macio, o calor do corpo mais quente, o sabor da saliva mais doce. As montanhas, o lago, as cores, o frio, a luz, tudo isso desapareceu, tudo isso se esfumou perante a intensidade daquele momento de paixão.
O universo resumia-se agora a duas coisas e a duas só. Tomás e Ariana, ele e ela, o verde e o dourado, o ferro e o veludo, o suor e a lavanda, o chocolate e o mel, o tronco e a rosa, a prosa e a poesia, a voz e a melodia, o yin e o yang, dois corpos fundidos num só, dissolvidos sobre a pedra dura, unidos num movimento ritmado, moldados numa dança longa, lenta e rápida, sôfrega, esfaimada, os gestos coordenados, bailando ao ritmo dos gemidos, ele dando e ela recebendo, sempre com mais força, mais força, mais força.
Gritaram.
No momento em que sentiu uma explosão de cores e luzes e sensações a percorrerem-lhe o corpo, em que toda a eternidade se estendeu por um efémero e infinito instante, em que a paixão se elevou acima da montanha mais alta e a fusão ficou enfim completa, nesse momento de epifania Tomás soube que a sua busca terminara, que aqueles olhos de mel eram a sua perdição, que aqueles lábios eram a sua flor, que aquele corpo era a sua casa.
Que aquela mulher era o seu destino.


In "Fórmula de Deus"

És o melhor!



Adoro esta voz. E a letra... que potente! Conjunção perfeita. :)